Falcão Nunca Dorme Parte II



Segunda parte com Celso Athayde, que na verdade não foi uma entrevista e sim uma palestra:



Integr4 – Qual a importância da comunicação para CUFA?

Celso Athayde – Comunicação é o fio condutor de qualquer processo, não apena par a CUFA, qualquer lugar precisa de comunicação. A rede que formamos, por exemplo, é importante para nossas articulações.
Comunicação tem várias medidas o resultado e qualidade de um trabalho vai depender se você comunica pouco e mal, ou intensamente e bem.

Integr4 – Como você se sente vendo algo que começou de uma idéia de poucos tornando uma organização tão grandiosa?

Celso Athayde – Foi um processo, eu nunca parei para pensar. Com o tempo você vai se acostumando, não cheguei a levar um susto, como já disse foi um processo que foi acontecendo e alcançou o tamanho que tem. É uma felicidade porque eu fundei a CUFA, mas a esta será refundada todos os dias.Sempre que chegar um “maluco” com ideias novas. Temos falhas é inegável, mas o fato de estarmos juntos nos torna fortes.

Integr4 – O Brasil é um país multicultural e algumas realidades cariocas são diferentes das nossas aqui em São Paulo, como você enxerga o cenário periférico paulista?

Celso Athayde – Não vejo diferenças, no chamado primeiro mundo pode se que tenha nos Estados Unidos e Europa o negro tá f.... é desvalorizado vive em periferias. Tem que ver o que é periferia, saber qual tua interpretação, periferia é quem está longe do centro, pois não é porque você mora n periferia não que dizer que você é pobre, exemplo Barra da Tijuca. Em São Paulo confunde-se muito, periferia com favela, no Rio é mais claro a diferença entre favela e subúrbio.
Existe um mito de favela carioca, pela imagem que aparecem da Rocinha que e um bairro rico do Rio e aí fica parecendo que todo Estado é igual.

Integr4 – O hip-hop, basquete, áudio-visual qual a importância de tudo isso para transformação social?

Celso Athayde – A CUFA é uma organização com fins lucrativos, para mim o hip-hop é um câncer social da juventude, na CUFA tentamos mostrar aos jovens que ganhar dinheiro não é vergonha não é sinal de ser mercenário, vendido. Este prédio aqui na Real Parque surgiu através da capacitação de capital depois de uma palestra que o MV Bill fez na Daslu.
Nossos projetos se baseiam na capacitação de recursos, porque vivemos em país capitalista, não fui eu que inventei este sistema, mesmo renunciando o sistema eu entro nele, veja o caso de um hippie, o cara diz renunciar tudo mais depois vai fazer artesanato para vender, está ali movimentando capital.
O hip-hop precisa produzir conhecimento isto é revolução, senão veremos sempre mais do mesmo, o cara criticando o sistema e depois precisando pedir dinheiro para este sistema.
A revolução não esta em criticar e sim em entrar na máquina, o papel do hip-hop não democratizara miséria e sim riqueza, senão fica muito só no discurso social. Senão apenas é produzido solados e não generais e eu não permitiria que meu filhos fossem deste movimento.
Para mim quem fez revolução foi o samba, mesmo caras falando olha lá aqueles caras rebolando, mas esses caras arrastavam uma centena de pessoas para os lugares que iam, Negritude Júnior entre outros revolucionaram, hoje todo barzinho que você vai tem um grupo tocando um pagode, um samba.
Para revolucionar temos que ter um discurso ético que vai impactar a vida dos outros, aí que entra a CUFA com o LIIBRA, grafiteiros, espaço para esse crescimento humano, senão vamos ter que decidir somos um movimento hip-hop ou somos comédias.
Temos que valorizar o hip-hop raiz, quando vejo minha referencias se fudendo na vida, então me reflito daqui a pouco vou estar assim , ver um ídolo meu ter que ler jornal na banca porque nem dinheiro para assinatura ele possui.
A CUFA é criticada falando que o Bill está vendido, por fazer malhação, poxa na sempre criticam que na Globo que os negros ou são escravos ou empregado, e aparece o Bill como um professor de matemática.
O Bill foi treinado para fazer sucesso, sele sempre me ajudou muito, ele é disciplinado no começo eu falava para ele, olha Bill você vai entrar e cantar meia música e eles ia lá cantava meia música, hoje qualquer grupinho você dá oportunidade de cantar duas músicas ou caras já cantam quatro, ou tem outros eu sentem ofendidos e tal, com o Bill isso nunca aconteceu por isso está onde está, ele soube o queria, sempre manteve coerência entre teoria e prática, ele tem a carreira projetada para mais 30 anos de sucesso.

Intregr4 – E a importância do projeto Maria-Maria?

Celso Athayde – “Du c...”, é um projeto que veremos se vai dar certo, mas projeto só da certo quando vira política pública, da potencia de captar recurso, do impacto.
É preciso mensurar o resultado acompanha até o fim estes projetos, pois vemos muito projetos utilizando dinheiro público ou privado que não existe este acompanhamento. Para saber melhor a importância do projeto vamos ter eu ver ele se consolidar. O Maria- Maria surge quando as mulheres da CUFA são levadas a pensar sobre questões de diferença de gênero, gravidez precoce , entre outros assunto mas sem aquela militância feminista fato que racharia a CUFA.
A CUFA hoje é uma marca, uma expressão política e eu fico feliz quando me xingam é sinal que estou fazendo o certo, fico feliz para caralho

Integr4 – Qual a importância da CUFA SP como Estado que possui gente de todos os lugares...

Celso Athayde – Você já está querendo manipular minha resposta né c... (risos).

Integr4 – Não você pode responder se quiser e o que quiser

Celso Athayde – Tem a mesma importância como em todo o Brasil, só que aqui em São Paulo tem uma responsabilidade enorme, senão funcionar aqui, senão projetar mais o nome mundialmente estamos fudidos.


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